Eu sei que a
minha opinião não será consensual, mas foi uma das melhores Wrestlemanias das
quais já houve memória, pelo menos em termos de segmentos, porque de combates
talvez o único a dar brilho à Maior Noite do Ano tenha sido o combate que opôs
Shane McMahon e AJ Styles.
Comecemos, como se diz, à média rés. Tudo estava encaminhado para termos um Triple Threat Tag Team Ladder Match pelos Títulos de Tag Team do RAW, mas desde cedo nos perguntávamos se não seria coincidente o combate ter escadotes pelo meio, e vinham-nos logo à cabeça dois nomes – Matt e Jeff. A coincidência não foi feliz, porém concretizou-se: Numa aparência meio Extreme meio Broken – talvez lhe chamemos “Extremely Broken” – Matt e Jeff deram origem ao mais visto segmento na internet, voltando à WWE sete anos depois e deixando os fãs ao rubro. Escusado seria dizer que desde logo sairiam campeões, mas isso é uma verdade universal que a muito poucos interessa.
Se por um lado, ficámos felizes por ver que “os bons filhos à casa tornam”, por outro podemos dizer que foi por pouco que não nos caíram lágrimas dos olhos. Acredito que a alguns isso tenha acontecido – e não os culpo por isso. Mas a verdade é que o lendário, o imortal, o senhor das trevas (não vale a pena falar no nome dele porque já todos sabem qual é) já não dava para mais. A mente bem queria, o coração também, mas o corpo simplesmente não. A vitória de Roman Reigns, essa, já era algo a ter em conta, mas sabendo que o Undertaker se arrastou completamente no ringue… Tudo isso nos fez ficar de coração partido. Uma coisa é certa: Não percam tempo a dar culpa ao pobre Roman pela lenda do Undertaker ter acabado. Tenho a certeza que ninguém queria ter que acabar com o “Deadman”.
Mas o que nos tornou a todos mais “coração mole” foi o facto de no final, o próprio ter olhado para nós com cara de “Adeus, até um dia”. Depois, deixou luvas, casaco e chapéu no ringue, e se grande parte da WWE morreu no momento em que ele saiu do ringue e levantou o punho direito uma última vez, grande parte da nossa infância (em que o Undertaker foi uma figura central) também morreu nesse momento.
Resumindo, apesar de terem sido segmentos que provocaram reações “agridoces”, foram estes dois momentos que deram ao Maior Espetáculo do Wrestling o hype de que ele tanto precisava. Podemos até nem ter tido grandes combates – e não tivemos – mas estes dois segmentos dão à Wrestlemania o título de “PPV mais dramático do ano”, se se pode dizê-lo.
(PS: See you in the Hall of Fame, Undertaker).